sábado, 11 de abril de 2009

SAGARUÇA?

Se existe algo em mim que chega a ser engraçado para os poucos que me conhecem, é minha nostalgia. Não sou nenhum tipo de avô, tiozão, ou algo parecido, mas sempre gostei de coisas antigas...
Musicalmente falando, sou qualquer coisa, menos moderno. Quando imaginei que estava atrasado em termos musicais, porque a banda mais "moderninha" que estava ouvindo era Creedance ClearWather Revival, resolvi conhecer bandas novas e acabei por descobrir músicas belíssimas da década de 1930. Tecnologicamente falando, sou uma lástima. Odeio carros modernos cheio de parafernálias eletrônicas e ares condicionados que servem de condomínios para ácaros. Gostaria de ter vivido na época daqueles carrões V8, rabos de peixe, peruas e fuscas de duas cores, etc.
Sou da época em que fanzines estavam saindo de moda, a internet era algo inacessível para a maioria da população, e a configuração de folhetos políticos, comunitários, e comerciais eram artefatos de extrema importância. De tudo, os fanzines eram os que mais me chamavam a atenção. Adorava tudo aquilo. Meu primeiro contato com fanzine foi quando tinha doze anos, eu viajava com meu pai e fomos juntos fazer uma entrega na fazenda experimental da USP. Sobre um banquinho improvisado tinha um monte de papéis xerocados e toscamente encadernados, com seis ou oito páginas com desenhos, pensamentos, contos e poesias. Eram muito simples, mas sem deixar de conter um bom conteúdo. Beirava o pessoal, pois o público era seleto, poucos tinham acesso, e quem tinha acesso eram sempre as mesmas pessoas.
Eu roubei um exemplar e comecei a colecionar depois. Durante o tempo em que viajava com meu pai, em época de férias de escola, sempre que passávamos em frente a alguma faculdade ou universidade, teatro, cinema, eu corria para ver se tinha fanzines para leitores curiosos.
O tempo passou, eu cresci, não encontrei fanzines nunca mais (e também nunca cheguei a fazer um que valha a pena, ou que chegou a ter um público). Acredito que blogs sejam "fanzines da modernidade", com a vantagem de ser de facílimo acesso. Vantagem hoje que não existia na década de oitenta e noventa.
Tais publicações eram de extrema importância, foram subversivas nos anos de Ditadura Militar, depois de 1985 tornaram-se símbolo de liberdade de expressão, ou seja, culturalmente analisando, os fanzines tiveram uma importância considerável em sua existência. atingiam quem queriam atingir, de um modo ou de outro. Era como um ataque surpresa, sem autoria, e com muito e belo conteúdo.
Escrevendo agora, vem a minha pobre mente a questão: poderá um blog atingir o mesmo patamar em termos de importância cultural que uma publicação underground? Um blog pode mudar uma pessoa? O que uma porcaria de um blog significa para um mundo estranho como o nosso? Será possível mudar o mundo com um blog?
Toda essa viagem foi para trabalhar a questão do nome desse blog. SAGARUÇA não tem nada a ver com História da Rússia (como já me perguntaram) ou algo parecido. Vem de um semi-plágio de SAGARANA com a expressão coloquial TÁ RUÇO (que pode ser entendida como "algo que apresenta dificuldade").
Venho por meio deste blog colocar contos, poesias, crônicas, artigos, pensamentos de minha autoria, e plágios.
Plágios mesmo. não estranhe se um dia você, caro leitor, ver nossa conversa do bar postado em algum espacinho aqui.
Espero que gostem e comentem.

4 comentários:

  1. Oii Edu!

    Adorei... pelo menos assim continuo tendo acesso as suas filosofias! Rss... Já add aos meus blogs favoritos!

    Beijo

    ResponderExcluir
  2. É isso ai Beavis, você continua sendo o cara. Também partilho dessa folosofia com fé e força.
    Abraço cara!!!!!

    ResponderExcluir
  3. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  4. olá moço!

    vc ainda continua surpreendente com suas magnificas filosofias!

    ResponderExcluir